Hoje em dia, fazemos tudo para tornar a vida de nosso
cãozinho
a melhor possível. E, algumas vezes, notamos
comportamentos
“estranhos” no nosso animal de estimação, como:
correr atrás do
rabo, latir excessivamente, lamber o pelo, caminhar
de um lado para
outro no quintal, andar em círculo, entre outros. Aí,
surgem várias
perguntas: por que o cãozinho está tendo esse
comportamento?
Será que é normal?
Como devo proceder?
Esses comportamentos podem fazer
parte do repertório do cão.
Porém, se aparecerem de forma repetitiva e sem finalidade, pode
ser caracterizado como um comportamento compulsivo. O problema
acontece por um desequilíbrio de moléculas químicas cerebrais.
O comportamento compulsivo está relacionado, na maioria das
vezes, com estresse, ansiedade ou frustração de acordo com o
ambiente em que o cachorro vive e as pessoas com quem convive.
Por exemplo: você está acostumado a ficar o dia inteiro com seu
cãozinho e certo dia precisa viajar ou deixá-lo sozinho por
muito tempo. Essa situação é estressante e frustrante, porque
o cão não está acostumado a ficar tanto tempo sozinho, sem
nenhum tipo de interação; também fica ansioso por esperar a
chegada do dono a qualquer momento.
Essa condição pode levar a um comportamento repetitivo
e sem finalidade, que serve como válvula de escape no
momento, como lamber a pata. É um comportamento
“estranho” que, se prolongado, tornar-se uma compulsão
que pode ser agravada. Por isso, é muito importante
acostumarmos nosso cão às mais diversas situações, por
exemplo ficar sozinho por um período, aos barulhos, à
presença de outros animais, pessoas... Tudo para prevenir
o estresse nessas situações. Temos que ter muito cuidado
para não reforçar tal comportamento repetitivo, como acariciar
e falar com o animal, mesmo que dando bronca, chamá-lo com
um brinquedo. O correto é ignorá-lo, fazer algum barulho que o incomode ou se afastar.
Alguns cães tem uma pré-disposição genética para desenvolver
esse distúrbio. Um cachorro que tenha sofrido uma lesão na
pata, lambe o ferimento naturalmente como uma forma de aliviar
a dor e trazer bem estar, assim como pode lamber outros locais
fora a ferida original em busca de sensação de alivio.
Então, como vimos a compulsão pode ser iniciada por um fator
estressante de uma doença, ou pode ser causa inicial de uma
segunda doença, por exemplo lambedura devido ao tédio.
Outra consideração importante, é saber como perceber e cuidar
do problema compulsivo. Às vezes, observamos nosso cãozinho
se lambendo e achamos que é um problema emocional ou devido
à alguma ferida na pele, mas devemos tomar cuidado com essa
avaliação. A abordagem correta para enfrentarmos distúrbios
compulsivos é cercá-los por todos os lados, logo que se perceba
o mais leve sinal. Não devemos apenas dar importância para os
sinais visíveis. Se o animal está se lambendo, leve-o em um
veterinário especializado em problema de pele, mas também
consulte um clínico para avaliar a possibilidade de compulsão.
Um tratamento completo para compulsão inclui medicação para
corrigir diretamente o problema de desequilíbrio químico dos
neurotransmissores; modificação do comportamento a fim
de redirecioná-lo para outro menos lesivo, como por exemplo
direcionar o lambida na pata para uma almofada; enriquecimento
ambiental utilizando garrafas pet e caixinhas com comida dentro
ou esconder petiscos pela casa; exercícios físicos e passeios;
terapias complementares e dieta suplementar.
Com todas essas informações, fique mais atento com o
comportamento do seu pet, para prevenir ou ajudar na
melhora, caso ocorra um problema compulsivo.
Texto: Rodrigo Caldarelli (Adestrador da Cão Cidadão)
Revisão e Edição Final: Alex Candido
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