Esses comportamentos podem fazer
 parte do repertório do cão. 
Porém, se aparecerem de forma repetitiva e sem finalidade, pode
 ser caracterizado como um comportamento compulsivo. O problema
acontece por um desequilíbrio de moléculas químicas cerebrais.
O comportamento compulsivo está relacionado, na maioria das
 vezes, com estresse, ansiedade ou frustração de acordo com o 
ambiente em que o cachorro vive e as pessoas com quem convive. 
Por exemplo: você está acostumado a ficar o dia inteiro com seu 
cãozinho e certo dia precisa viajar ou deixá-lo sozinho por
 muito tempo. Essa situação é estressante e frustrante, porque 
o cão não está acostumado a ficar tanto tempo sozinho, sem 
nenhum tipo de interação; também fica ansioso por esperar a
 chegada do dono a qualquer momento.
Essa condição pode levar a um comportamento repetitivo
 e sem finalidade, que serve como válvula de escape no
 momento, como lamber a pata. É um comportamento 
“estranho” que, se prolongado, tornar-se uma compulsão 
que pode ser agravada. Por isso, é muito importante 
acostumarmos nosso cão às mais diversas situações, por
 exemplo ficar sozinho por um período, aos barulhos, à 
presença de outros animais, pessoas... Tudo para prevenir
 o estresse nessas situações. Temos que ter muito cuidado
 para não reforçar tal comportamento repetitivo, como acariciar 
e falar com o animal, mesmo que dando bronca, chamá-lo com 
um brinquedo. O correto é ignorá-lo, fazer algum barulho que o incomode ou se afastar.
Alguns cães tem uma pré-disposição genética para desenvolver 
esse distúrbio. Um cachorro que tenha sofrido uma lesão na 
pata, lambe o ferimento naturalmente como uma forma de aliviar 
a dor e trazer bem estar, assim como pode lamber outros locais 
fora a ferida original em busca de sensação de alivio.
Então, como vimos a compulsão pode ser iniciada por um fator
 estressante de uma doença, ou pode ser causa inicial de uma 
segunda doença, por exemplo lambedura devido ao tédio.
Outra consideração importante, é saber como perceber e cuidar 
do problema compulsivo. Às vezes, observamos nosso cãozinho 
se lambendo e achamos que é um problema emocional ou devido 
à alguma ferida na pele, mas devemos tomar cuidado com essa 
avaliação. A abordagem correta para enfrentarmos distúrbios 
compulsivos é cercá-los por todos os lados, logo que se perceba
 o mais leve sinal. Não devemos apenas dar importância para os
 sinais visíveis. Se o animal está se lambendo, leve-o em um 
veterinário especializado em problema de pele, mas também 
consulte um clínico para avaliar a possibilidade de compulsão.
Um tratamento completo para compulsão inclui medicação para 
corrigir diretamente o problema de desequilíbrio químico dos 
neurotransmissores; modificação do comportamento a fim 
de redirecioná-lo para outro menos lesivo, como por exemplo
 direcionar o lambida na pata para uma almofada; enriquecimento 
ambiental utilizando garrafas pet e caixinhas com comida dentro 
ou esconder petiscos pela casa; exercícios físicos e passeios; 
terapias complementares e dieta suplementar.
Com todas essas informações, fique mais atento com o 
comportamento do seu pet, para prevenir ou ajudar na
 melhora, caso ocorra um problema compulsivo.
Texto: Rodrigo Caldarelli (Adestrador da Cão Cidadão)
Revisão e Edição Final: Alex Candido

Fonte: R7