quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Vacinas para cães

Vacinas são muito importantes. Graças a elas, conseguimos reduzir radicalmente as chances de nossos peludos queridos contraírem doenças potencialmente fatais, como as temíveis cinomose, parvovirose e hepatite infecciosa canina, além da raiva – uma zoonose letal. 

É, portanto, fundamental que seu cão seja vacinado.
O que talvez você – e muita gente no Brasil, incluindo veterinários – ainda não saiba, é que nemtodos os cães precisam tomar todas as vacinas que existem (ETTINGER e FELDMAN, 2005; NELSON e COUTO, 2010). Que nem todas as vacinas precisam ser aplicadas anualmente (WOLF et al 2010). Que as vacinas foram classificadas por estudiosos em essenciais ou core (antirrábica, cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina e, possivelmente, para o Brasil, leishmaniose visceral canina), opcionais ou non-core (leptospirose, "tosse dos canis", parainfluenza) e não-recomendadas (giardíase, dermatofitose, coronavirose e adenovirose tipo II) (TIZARD, 2009; ETTINGER e FELDMAN, 2005). Que vacinas virais vivas contra as doenças mais perigosas (cinomose, parvovirose e hepatite infecciosa canina - as essenciais) podem proteger os cães por 9 anos ou mais (DAY, HORZINEK e SCHULTZ, 2010). Que a recomendação para reforços vacinais anuais é arbitrária e está defasada cientificamente há pelo menos 10 anos. (Na verdade, até agora não encontramos nenhuma evidência científica recente independente, em nenhum lugar do mundo, que apóie reforços vacinais anuais para todas as vacinas.) Finalmente, que a vacinação é um procedimento que não é inócuo. Ela tem potencial de provocar reações adversas imediatas e tardias (MOORE, HOGENESCH, 2010; RASHID et al, 2009; DODDS, 2005).
De fato, inúmeros artigos científicos apontam uma associação entre o excesso de vacinas (que ainda é praticado no Brasil) e o desenvolvimento de inúmeros males crônicos que acometem aos montes os pets de hoje: processos alérgicos (DODDS, 2005), doenças auto-imunes (DODDS, 2005; DAY, 2004; MELLAMBY et al, 2004), tumores (VASCELLARI et al, 2003), poliartrite (KOHN et al, 2003), doença renal crônica (NEWMAN et al, 2002), epilepsia (MEYER, COLES e RICH, 2003) distúrbios comportamentais (JORDAN, 2010) e muitos outros (NICHOLS, MORRIS, BEALE, 2001; VITALE, GROSS, MAGRO, 1999).
É comum ouvirmos que essas informações não são válidas para a “nossa realidade brasileira”, porque “aqui a pressão de infecção é maior” devido a “muitos animais que jamais foram vacinados e que estão doentes e são contagiosos”. É verdade que a maioria de nossos cães e gatos não é vacinada, lamentavelmente. Mas, de acordo com muitos pesquisadores proeminentes, mesmo nos Estados Unidos – país tido como modelo em matéria de vacinação – apenas 50% dos cães recebem vacinas (DAY, HORZINEK, SCHULTZ, 2010). Basta estudar um pouquinho sobre células de memória para entendermos que, depois de uma série inicial de vacinas bem feita e um reforço (com produto idôneo e bem conservado, aplicado no animal sadio), os cães desenvolvem proteção contra as doenças virais citadas, por muitos e muitos anos (TIZARD, 2009; HORZNEK e THIRY, 2009). Tal como acontece com as vacinas que nós tomamos na infância e adolescência.
Proteção é proteção. Ao entrar em contato com animais doentes, as células de memória do cão devidamente vacinado imediatamente “fabricam” anticorpos que evitam essas doenças (TIZARD, 2010). Esse fenômeno fisiológico ocorre em qualquer lugar do mundo. As exceções a essas 'regras' são as doenças bacterianas (ex: Leptospirose) ou causadas por protozoários (ex: Leishmaniose). Infelizmente, vacinas contra essas doenças protegem os cães por apenas 6 meses a um ano, em média, e requerem portanto reforços freqüentes (WOLF, 2010). Mas essas vacinas podem ser aplicadas separadamente das múltiplas e nem todo animal precisa recebê-las. O ideal é que o protocolo vacinal passe a ser uma conduta realizada sob medida para cada paciente, tendo em vista sua raça, idade, local onde vive, estilo de vida e histórico de saúde. Ou seja, devem ser considerados os verdadeiros riscos do animal contrair as doenças contra as quais ele será vacinado, e também deve-se ponderar se os benefícios de cada vacina superam os riscos inerentes ao procedimento.
É muita informação para digerir de uma vez, eu sei. Mas esse é o caminho da Ciência. Ela caminha para frente, constantemente revendo e questionando práticas antes tidas como as mais seguras e eficientes.  Não é nada fácil romper com paradigmas.  Exige muito estudo, retorno à base, compreender um pouco de Imunologia. Além disso, vacinar de forma inteligente, estratégica, levando em conta o histórico e o estilo de vida do animal, dói no bolso de muita gente - não tenha dúvidas. Essa resistência que ainda encontramos no Brasil faz parte do processo de aceitação dessas novas informações - que aliás, há anos são tema de palestras de congressos e simpósios de prestígio internacional (vide as referências ao final do artigo).
Mas chegaremos lá, pouco a pouco.
Em resumo, vacinas são produtos importantíssimos. Assim como os medicamentos. O que tem sido questionado e revisto por pesquisadores é o abuso delas. Como tudo na vida, vacinas em excesso podem fazer mal. Se podemos proteger nossos melhores amigos com eficiência, usando menos vacinas e, consequentemente, expondo-os a um menor riscos de reações adversas, por que não fazê-lo?
Leia abaixo nossas considerações sobre quais vacinas podem ser aplicadas em cada fase da vida do cão, levando em conta o estilo de vida e outras características particulares de cada animal. Essas indicações são apenas sugestões. Para elaborar um protocolo seguro e eficiente para seu animal consulte o médico veterinário de sua confiança. Como essas informações são relativamente novas no Brasil, pode ser interessante imprimir uma cópia deste artigo e entregar a ele. Aliás, se pudéssemos lhe sugerir a leitura de um artigo científico bastante completo, de peso e muito recente, seria esse.

Cães
60 dias (2 meses):

  • 1 dose de V2 (protege contra cinomose e parvovirose, as duas doenças mais importantes para essa fase e é a vacina com menor potencial de reações adversas).
  • Ou 1 dose de V6 (protege contra cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina, parainfluenza, coronavirose e adevovirose tipo II – não contém leptospirose, a fração considerada a mais alergênica das vacinas e desnecessária para filhotinhos tão jovens). Duas empresas no Brasil fabricam a V6: essa e essa.
  • Ou 1 dose de V8 (protege contra todas as doenças da V6 + leptospirose).
Observações:
- Não vacine filhotes desnutridos, intensamente parasitados por vermes intestinais, doentes ou com menos de 50 dias de vida. Trate-os e vacine quando estiverem bem.
- Em condições ideais, procure vacinar o filhote a partir dos 60 dias de vida, para minimizar riscos de reações adversas.
- Se possível, ao invés de levar o filhotinho à clínica para ser vacinado, peça ao veterinário que venha atendê-lo em domicílio. Isso reduz as chances de que ele se infecte no consultório.
- Se possível, evite aplicar a vacina V10 em um filhote tão novinho. Ele não tem condições de montar uma resposta imune adequada para tantos antígenos – as doenças mais importantes são a parvovirose e a cinomose – e a V10 tem maior potencial de provocar reações adversas imediatas ou tardias, devido principalmente à presença de quatro leptospiras.
- As vacinas mais seguras, em ordem de segurança, para a 1ª imunização, são: V2, V6 e V8.
- Mantenha o filhote dentro de casa e só permita que ele entre em contato com animais devidamente vacinados.

85-90 dias (3 meses):

  • Ou 1 dose de V6 (protege contra cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina, parainfluenza, coronavirose e adenovirose tipo II – não contém leptospira, a fração considerada a mais alergênica das vacinas).
  • Ou 1 dose de V8 (protege contra todas as doenças da V2 + leptospirose).
Observações:
- Intervalos de 21-30 dias são mais seguros do que intervalos de 15 dias. Além disso, é importante que o protocolo vacinal do filhote termine aos 4 meses, pois a partir dessa idade, a aplicação de uma vacina de marca idônea e que tenha sido bem conservada, tem 98% de chance de conferir proteção duradoura. Isso acontece,porque o filhote pode apresentar anticorpos maternos até por volta de 3 meses e meio, e esses anticorpos impedem as vacinas de induzirem  uma boa proteção.
- Se quiser socializar seu filhote, procure fazê-lo passeando com ele de carro, com os vidros fechados, ou receba visitas e cães saudáveis e vacinados em casa. Não adiante o protocolo vacinal. Intervalos quinzenais podem resultar no término da série de vacinas de filhote antes dos 3 meses e meio, o que não é recomendável.
- Nessa idade, estando o filhote um pouco mais velho, é interessante aplicar V6 ou V8. Opte pela V8 se existir risco do filhote se infectar com a bactéria que causa leptospirose. Filhotes que moram em casas por onde passam ratos e que dormem em ambiente externo, por exemplo, correm risco de contraírem a doença.
- A V10 continua não tendo um bom custo-benefício. A diferença entre a V8 e a V10 é que a V10 contém duas leptospiras a mais. No entanto, essas leptospiras acometem mais animais silvestres, resultam em doença branda e pouco ocorrem no Brasil. Em tempo, as porções de leptospiras são as mais “alergênicas” das vacinas, em função da presença de adjuvantes, substâncias que “irritam” o sistema imunológico para potencializar a produção de anticorpos.
- Se seu cãozinho corre risco de se infectar com leptospirose, saiba que é necessária a aplicação de duas doses, com intervalo médio de 21-30 dias, para que a proteção ocorra. Ou seja, se o filhote receber uma dose de V8 aos 90 dias e receber uma V6 (vacina sem lepto) aos 120 dias, ele não estará imunizado contra a doença. Se a intenção é protegê-lo contra leptospirose, ele deve receber uma dose de V8 aos 90 dias e outra dose de V8 aos 120 dias.

115-120 dias (4 meses):

  • Ou 1 dose de V6 (protege contra cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina, parainfluenza, coronavirose e adenovirose tipo II – não contém leptospirose, a fração considerada a mais alergênica das vacinas).
  • Ou 1 dose de V8 (protege contra todas as doenças da V6 + leptospirose).
Observações:
- A partir dos 4 meses de idade o filhote não apresenta mais anticorpos maternos circulantes, o que resulta em uma eficácia de proteção vacinal superior a 98%.
- Aguarde cerca de dez dias após essa última dose para expor seu cãozinho ao convívio com cães desconhecidos, em parques e praças, a fim de que a vacina possa surtir efeito.
- Se possível, não aplique a vacina antirrábica junto com a V6 ou V8. Dê um intervalo de pelo menos  30 dias. A aplicação de várias vacinas simultaneamente pode exigir muito do organismo e aumenta os riscos de ocorrerem reações adversas imediatas e/ou tardias. A raiva não é uma preocupação para cães que vivem nas cidades. É perfeitamente possível aguardar um pouquinho mais e realizar a aplicação aos 5 ou 6 meses, por exemplo.
- As vacinas contra giardíase e contra dermatofitose (micose) são consideradas “não-recomendadas” nos Estados Unidos, Europa, Canadá e Oceania (DAY, HORZINEK, SCHULTZ, 2010). Essas doenças geralmente são brandas e têm tratamento eficaz. Além disso, trabalhos científicos independentes mostraram que as vacinas contra giardíase e dermatofitose não são eficientes e protegem os cães por pouco tempo (até 1 ano).
- A vacina contra “tosse dos canis” é considerada opcional por pesquisadores de Imunologia Veterinária em todo o mundo (DAY, HORZINEK, SCHULTZ, 2010). Pode ser interessante para cães que vivem em ambientes repletos de cães ou que freqüentam exposições ou provas esportivas caninas. Tem eficácia moderada, já que freqüentemente os microorganismos causadores da “tosse” não são aqueles contidos na vacina. A doença tem tratamento e, em geral, tem bom prognóstico. A vacina protege por no máximo 1 ano.
-  A partir dos 4 meses de idade, seu filhote pode começar a receber as três doses da vacina que protege contra a Leishmaniose Visceral Canina, que deve ser aplicada em intervalos de 21 dias. Converse com o veterinário de sua confiança e se informe sobre essa vacina.

150-180 dias (5-6 meses):

  • 1ª dose da vacina antirrábica
Observações:
- Prefira vacinar seu filhote no consultório veterinário – e não em campanhas. É mais seguro e você obtém o exame físico veterinário que deve acompanhar todas as vacinações do seu cãozinho.

1 ano e 4 meses:

  • Reforço da V6 ou V8
Observações:
- A V10 continua não tendo um bom custo-benefício. A diferença entre a V8 e a V10 é que a V10 contém duas leptospiras a mais. No entanto, essas leptospiras acometem mais animais silvestres, resultam em doença branda e pouco ocorrem no Brasil. Em tempo, as porções de leptospiras são as mais “alergênicas” das vacinas, em função da presença de adjuvantes, substâncias que “irritam” o sistema imunológico para potencializar a produção de anticorpos.
- As vacinas contra giardíase e contra dermatofitose (micose) são consideradas “não-recomendadas” nos Estados Unidos, Europa, Canadá e Oceania. Essas doenças geralmente são brandas e têm tratamento eficaz. Além disso, trabalhos científicos independentes mostraram que as vacinas contra giardíase e dermatofitose não são eficientes e protegem os cães por pouco tempo (até 1 ano).  (DAY, HORZINEK, SCHULTZ, 2010)
- A vacina contra “tosse dos canis” é considerada opcional por pesquisadores de Imunologia Veterinária em todo o mundo. Pode ser interessante para cães que vivem em ambientes repletos de cães ou que freqüentam exposições ou provas esportivas caninas. Tem eficácia moderada, já que freqüentemente os microorganismos causadores da “tosse” não são aqueles contidos na vacina. A doença tem tratamento e, em geral, tem bom prognóstico. A vacina protege por no máximo 1 ano (DAY, HORZINEK, SCHULTZ, 2010).
- A partir dessa idade, tendo recebido 4 doses de V6 ou V8, de marca idônea,  seu cão estará protegido contra cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa canina por 9 anos ou mais, contra coronavirose por toda a vida, contra parainfluenza e adenovirose tipo II por pelo menos 7 anos, de acordo com inúmeros trabalhos científicos recentes publicados por pesquisadores veterinários líderes em Imunologia e Infectologia de todo o mundo (DAY, HORZINEK, SCHULTZ, 2010). Daqui para frente, seu cão não precisa mais receber V6 ou V8 anualmente. Ele pode perfeitamente passar a receber um reforço a cada 3 ou 5 anos. Células de memória foram formadas – por essas 4 aplicações – e elas perduram por muitos e muitos anos, possivelmente, por toda a vida do animal. Se porventura ele entrar em contato com a doença, essas células imediatamente passarão a “fabricar” anticorpos que evitarão essas doenças.
- Se a intenção é manter seu cão protegido também contra leptospirose, leishmaniose visceral canina e “tosse dos canis”, essas vacinas sim, precisarão ser aplicadas anualmente, já que induzem a uma proteção de curta duração. Felizmente, já existem vacinas que protegem exclusivamente contra leptospirose. Isso permite que você aplique essa vacina anualmente (por exemplo: um mês antes da época de chuvas e calor, que é quando os riscos de contrair leptospirose aumentam), e aplique reforços de V6 (sem lepto) ou V8 a cada três anos ou mais, com segurança e eficiência. As vacinas contra “tosse dos canis” e leishmaniose visceral canina também são aplicadas separadamente.
- Cães que correm maior risco de contraírem leptospirose são os que frequentam áreas alagadiças, nadam em poças, caçam em matas, dormem fora de casa e/ou têm contato com ratos.
- Se possível, evite aplicar a vacina antirrábica juntamente com a V6 ou V8. Prefira aguardar um mês e aplicar antirrábica, para reduzir os riscos de reações vacinais adversas.

1 ano e 5-6 meses:

  • 1º reforço da vacina antirrábica
Observações:
- Prefira vacinar seu cão no consultório veterinário – e não em campanhas. É mais seguro e você obtém o exame físico veterinário que deve acompanhar todas as vacinações do seu cãozinho.
- Tendo recebido uma dose a partir de 4-6 meses e o 1º reforço da antirrábica um ano depois, o cão está protegido contra a raiva por pelo menos 3-5 anos, de acordo com estudos científicos. No entanto, a legislação brasileira infelizmente ainda obriga o reforço anual de antirrábica.

Referências bibliográficas

ABDELMAGID, Omar Y et al. Evaluation of the Efficacy and Duration of Immunity of a Canine Combination Vaccine Against Virulent Parvovirus, Infectious Canine Hepatitis Virus, and Distemper Virus Experimental Challenges.Veterinary  Therapeutics, v. 5, No. 3, outono de 2004, p.173-186.
BENITES, Nilson R. Utilização de Medicamento Homeopático na Prevenção da Cinomose.Clínica Veterinária, Ano VII, n. 39, jul/ago, 2002, p. 54-56.
BENITES, Nilson R. Utilização de Medicamento Homeopático na Prevenção da Cinomose.Clínica Veterinária, n. 39, jul/ago de 2002. p.54-56.
BENITES, Nilson R; MELVILLE, Patricia A. Utilização de Silicea em processos dermatológicos pós-vacinais. Cultura Homeopática. V.3. no. 6. jan/fev/mar de 2004. p. 14-16. Disponível em: <http://www.feg.unesp.br/~ojs/index.php/ijhdr/article/viewFile/103/95>. Acesso em: 31 de out. 2010. 11:14:30.
BÖHM, M, et al. Serum Antibody Titres to Canine Parvovirus, Adenovirus and Distemper Virus in Dogs in the UK Which had not been Vaccinated for at Least Three Years. The Veterinary Record, abril de 2004. p. 457-462.
COYNE, M, J, et al. Duration of Immunity in Dogs After Vaccination or Naturally Acquired Infection. The Veterinary Record, 27 de out de 2001. p. 509-515.
DAY, Michael J. Infectious Triggers of Immune-Mediated Disease.World Small Animal Veterinary Association World Congress Proceedings.2004. Disponível em: <http://www.vin.com/proceedings/Proceedings.plx?CID=WSAVA2004&Category=1251&PID=8599&O=Generic>. Acesso em 12 de out de 2010, 13:54:40.
DAY, M.J; HORZINEK, M.C.; SCHULTZ, R.D. Guidelines for the Vaccination of Dogs and Cats.Journal of Small Animal Practice. Vol. 51. Jun/2010. p. 1-30. Disponível em: < http://www.wsava.org/PDF/Misc/VaccinationGuidelines2010.pdf>. Acesso em: 01 de out. de 2010. 19:13:10.
DEBOER, Douglas J et al. Safety and Immunologic Effects After Inoculation of Inactivated and Combined Live-Inactivated Dermatophytosis Vaccines in Cats. American Journal of Veterinary Research, v. 63. No.11. nov.de2002. p. 1532-1537
DESHPANDE, Muralidhar S et al. Evaluation of the Efficacy of a Canine Influenza Virus (H3N8) Vaccine in Dogs Following Experimental Challenge. Veterinary Therapeutics, Vol. 10, No. 3. Outono, 2009. p. 103-112.
DERBYSHIRE, J, B; MATTHEWS, K.A. Rabies Antibody Titres in Vaccinated Dogs. Canadian Veterinary Journal, V. 25, 1984. p. 383-385.
DODDS, Jean W. Vaccine Protocols for Dogs Predisposed to Vaccine Reactions. Disponível em: <www.cavaliers.co.uk/articles/vaccineprotocols.pdf>. Acesso em 02 de out. de 2010, 11:50:45.
DODDS, Jean W. Clinical Approaches to Managing and Treating Adverse Vaccine Reactions.Disponível em: <http://www.iwclubofamerica.org/Health/Notes_Vaccine_Issues.pdf>. Acesso em: 10 de out. 2010. 2008.
DODDS, Jean W. Changing Vaccine Protocols. 2002. Disponível em: <http://www.canine-epilepsy-guardian-angels.com/chang_vac.htm>. Acesso em: 02 de out. de 2010. 21:25:50.
DODDS, Jean W. The Immune System and Disease Resistance. Disponível em: <http://naturalk9.com/PDF/The%20Immune%20System%20and%20Disease%20Resistance%20-%20Dr.pdf>. Acesso em: 15 de set de 2010, 08:38:15.
DODDS, Jean, W. Adverse Vaccine Reactions. Disponível em: <http://www.itsfortheanimals.com/Adobe/AdverseVaccReactions.pdf> . Acesso em: 02 de out de 2010, 10:15:10.
ELLIS, John, A et al. Comparative Efficacy of an Injectable Vaccine and an Intranasal Vaccine in Stimulating Bordetella bronchiseptica-reactive antibody responses in seropositive dogs.Journal of American Veterinary Medical Association, v. 220.No. 1.jan.de 2002. p. 43-48.
ETTINGER, Stephen J; FELDMAN, Edward C. Textbook of Veterinary Internal Medicine. 6ª Ed. Editora Elsevier Saunders, 2005. p. 600-603; 1762-1763; 1896-1897.
PHILLIPS, Tom et al. Effects of Vaccines on the Canine Immune System. Canadian Journal of Veterinary Research. 1989, v. 53, p. 154-160.
HOGENESCH, Harm et al. Effect of Vaccination on Serum Concentrations of Total and Antigen-Specific Immunoglobulin E in Dogs. American Journal of Veterinary Research, v. 63, No. 4, abril de 2002, p. 611-616.
HORZINEK, Marian C; THIRY, Etienne. Vaccines and Vaccination: the Principles and the Polemics. Journal of Feline Medicine and Surgery. 2009. Vol. 11. p. 530-537
HORZINEK, Marian C. Vaccine Use and Disease Prevalence in Dogs and Cats. Veterinary Microbiology, 117, 2006. p. 2-8.
JORDAN, Patricia. Vaccinations and How They Disrupt the Immune System. 2010. Disponível em: < http://thewholedog.org/wholedognews/?p=541>. Acesso em 09 de set de 2010, 09:35:20.
LEONARDOS, Helena. Sarcoma Associado ao Local de Aplicação de Injetáveis em Gatos.Goiânia: UNIPINHAL, 2006. 17p. Monografia (Especialização) – lato sensu em Clínica Médica e Cirúrgica em Pequenos Animais, Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal, 2006.
KASS, Philip et al. Multicenter Case-Control Study of Risk Factors Associated with Development of Vaccine-Associated Sarcomas in Cats. Journal of American Veterinary Medical Association, Vol 22, n. 9, novembro 2003. p. 1.283- 1.292.
KOHN, B et al. Polyarthritis Following Vaccination in Four Dogs. Veterinary Comparative Orthopaedics and Traumatology. 2003. p.6-9.
MELLAMBY, R, J et al. Immune-Mediated HaemolyticAnaemia Associated with a Sarcoma in a Flat-Coated Retriever. Journal of Small Animal Practice. Vol. 45, jan de 2004, 21-24.
MEYER, D.J; COLES, Embert H; RICH, Lon J. Medicina de Laboratório Veterinária. Interpretação e Diagnóstico. São Paulo, ed. Roca, 2003, p. 263 - 264.
MOORE, George et al. Adverse Events Diagnosed Within Thee Days of Vaccine Administration in Dogs. Journal of American Veterinary Medical Association, Vol 227, n. 7, outubro de 2005. p. 1102-1108.
MOUZIN, Douglas E et al. Duration of Serologic Response to Three Viral Antigens in Cats.Journal of American Veterinary Medical Association, v. 224, No. 1, jan de 2004, p. 61-66
MURRAY, Kristy O; HOLMES, Kelly C; HANLON, Cathleen A. Rabies in Vaccinated Dogs and Cats in the United States, 1997-2001. Journal of American Veterinary Medical Association, v. 235, No. 6, set 2009, p. 691-695.
NELSON, Richard W; COUTO, C Guillhermo. Medicina Interna de Pequenos Animais. 3a edição. Rio de Janeiro, ed. Elsevier, 2010, p.1304 -1310.
NEWMAN, Shelley J et al. Investigation of Repeated Vaccination as a Possible Cause of Glomerular Disease in Mink. The Canadian Journal of Veterinary Research. Vol. 66, 2002. p. 158-164.
NICHOLS, Patrick R; MORRIS, Daniel O; BEALE, Karin, M. A Retrospective Study of Canine and Feline Cutaneous Vasculitis.Veterinary Dermatology, 2001, v. 12, p. 255-264.
PALATNIK-DE-SOUZA, Clarisa B et al. Decrease of the Incidence of Human and Canine Visceral Leishmaniasis After Dog Vaccination with Leishmune ® in Brazillian Endemic Areas. Vaccine 27. 2009. p. 3505-3512.
PAYNE, Patricia A. Efficacy of a combination febantel-praziquantel-pyrantel product, with or without vaccination with a comercial Giardia vaccine, for treatment of dogs with naturally ocurring giardiasis. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 220, n.3, 2002.p. 330-334.
RASHID, A et al. Risks of Vaccination: a Review. Journal of Venomous Animal Toxins including Tropical Diseases, v. 15, No.1, 2009, p. 19-27.
MOORE, George E; HOGENESCH, Harm. Adverse Vaccinal Events in Dogs and Cats. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 2010, v. 40, p.393-407.
ROTH, James. Adjuvants in Veterinary Vaccines: Modes of Action to Enhance the Immune Response & Potential Adverse Effects.Disponível em:<http://veterinarynews.dvm360.com/dvm/data/articlestandard//dvm/482003/77546/article.pdf>. Acesso em: 17 de out. 2010. 16:45:20.
SCHULTZ, Ronald D. An Update on What Everyone Needs to Know About Canine and Feline Vaccination Programs.PROCEEDINGS OF THE 2008 AANNUAL CONFERENCE OF THE AHVMA.Disponível em: <http://www.kanabvet.com/articles/Schultz_Vaccinations.pdf.> Acesso em: 23 de out. 2010. 13:14:10.p. 333 a 344.
SCOTT-MONCRIEFF, Catharine J et al. Lack of Association Between Repeated Vaccination and Thyroiditis in Laboratory Beagles. Journal of Veterinary Internal Medicine, 2006, Vol. 20. p. 818-821.
SCOTT-MONCRIEFF, Catherine J et al. Evaluation of Antithyroglobulin Antibodies After Routine Vaccination in Pet and Research Dogs. Journal of American Veterinary Medical Association, v. 221, No. 4, ago de 2002, p 515-521.
SHAW, Stephen et al. Temporal Changes in Characteristics of Injection-Site Sarcomas in Cats: 392 Cases (1990-2006). Vol. 234, No.3. Fev. 2009. p. 376-380.
STRASSER, Alois et al. Immune Modulation Following Immunization with Polyvalent Vaccines in Dogs. Veterinary Immunology and Immunopathology, vol. 94, 2003, p. 113-121.
The 2006 American Association of Feline Practitioners. Feline Vaccine Advisory Panel Report.Journal of American Veterinary Medical Association, v. 229, n. 9, nov. de 2006, p.1405 – 1441. Disponível em:< http://www.catvets.com/uploads/PDF/2006_Vaccination_Guidelines_JAVMA_Plus.pdf>. Acesso em 08 de out. de 2010, 20:35:40.
THIRY, E; HORZINEK, M.C. Vaccination Guidelines: a Bridge Between Official Requirements and the Daily Use of Vaccines. Rev. sci. tech. Off. Int. Epiz., 2007, 26 (2), p. 511-517.
TWARK, Lisa; DODDS, Jean.Clinical Use of Serum Parvovirus and Distemper Virus Antibody Titers for Determining Revaccination Strategies in Healthy Dogs.Journal of American Veterinary Medical Association, v. 217.No. 7.out. de 2001. p.1021-1024.
VASCELLARI, M et al. Fibrosarcomas at Presumed Sites of Injection in Dogs: Characteristics and Comparison with Non-Vaccination Site Fibrosarcomas and Feline Post-VaccinalFibrosarcomas.Journal of Veterinary Medicine. 2003, v. 50, p. 286-291.
VITALE, Carlo B; GROSS, Thelma L; MAGRO, Cynthia M. Vaccine-induced Ischemic Dermatopathy in the Dog. Veterinary Dermatology, 1999, v. 10, p. 131-142.
WOLF, Alice M. Canine and Feline Vaccination: Protocols, Products, and Problems. 110th Penn Annual Conference, 2010. Proceedings. Disponível em: < http://www.vet.upenn.edu/Portals/0/images/Calendar/PAC%202010%20-%20Proceedings.pdf>.  Acesso em: 13 de out de 2010, 7:45:50.
 Seu Pet é Supervacinado?

Vacinar em excesso pode fazer mal.

“Por que os pets precisam tomar (muitas vezes 15!) vacinas anualmente, se nós humanos não precisamos tomar as nossas todos os anos?”
“Por que preciso vacinar meu gato contra a raiva anualmente, se ele nunca sai do apartamento?”
“Por que meu pet piora de suas crises - alérgicas, gastrointestinais, epilépticas, etc - horas, dias ou semanas depois que toma suas vacinas?”
“É verdade que nos Estados Unidos muitos veterinários estão aplicando vacinas a cada três anos, e não anualmente, nos cães e gatos?”
Abordar essas questões é abordar o tópico da supervacinação - vacinação excessiva - de cães e gatos. Pessoas que se interessam por Homeopatia ou Medicina Holística já devem ter ouvido falar nesse assunto. Diversos médicos-veterinários como o norte-americano Richard Pitcairn, PhD em Imunologia, dedicam capítulos à supervacinação em suas obras recentes. Nos Estados Unidos, Europa, Canadá e Oceania, a supervacinação é discutida há mais de uma década. Quer ver? Digite termos-chave como “overvaccination”, "vaccine-induced" e “vaccinosis“, acompanhados por “pets” ou "dogs" no Google e veja quantos resultados aparecem. No Brasil, infelizmente, as novidades demoram um pouquinho mais a chegar.
Mas estão chegando. Não tenha dúvida.
Para reduzir a polêmica e facilitar a assimilação racional do assunto, postaremos trechos de livros e artigos científicos recentes escritos por médicos-veterinários,  profissionais da área de saúde, e pesquisadores. Você vai entender porque muitos veterinários favoráveis à Alimentação Natural, no mundo todo, afirmam que, mais importante até que oferecer uma boa dieta caseira para os pets, é reduzir a quantidade de vacinas aplicadas.
Leia abaixo um artigo científico escrito pela médica-veterinária norte-americana Jean Dodds, que há décadas pesquisa o assunto da supervacinação. E não perca os próximos textos dessa nova seção.
Reações vacinais adversas
Clique aqui para ler o artigo original, em inglês.
Autora: W. Jean Dodds, DVM
Hemopet/Hemolife
2008
(Tradução: Sylvia Angélico)
As doenças virais e vacinações recentes com vacinas monovalentes ou múltiplas com vírus vivos modificados, principalmente as que contêm o vírus da cinomose, adenovírus 1 e 2, e parvovírus têm sido cada vez mais reconhecidas como fatores que contribuem para o desenvolvimento de doenças sanguíneas imune-mediadas, insuficiência da medula óssea e disfunção de órgãos (1-11).
Vacinas com vírus mortos e com adjuvantes potentes (substâncias químicas que irritam o sistema imune para provocar uma resposta melhor) como as anti-rábicas também podem desencadear reações vacinais adversas (vacinoses) imediatas ou tardias (7-10). Predisposição genética a essas desordens em humanos tem sido associada ao antígeno leucocitário D - relacionado como sendo o locus gênico do complexo de histocompatibilidade principal, e é provável que existam associações paralelas com os animais domésticos (5, 7).
Além das reações de hipersensibilidade imediatas, outros eventos agudos tendem a ocorrer de 24 a 72 horas após, ou em 7-45 dias depois em uma resposta imunológica do tipo tardia (1-4, 6-10). Outros efeitos adversos tardios incluem: mortalidade por vacinas de sarampo de altas concentrações em crianças, anticorpos de cinomose nas doenças articulares dos cães, e o aparecimento de fibrossarcomas (tipo de câncer maligno) em felinos e caninos no local de aplicação da vacina (5, 7). A carga antigênica cada vez maior que é apresentada ao hospedeiro por vacinas com vírus vivos modificados durante o período de viremia (quando o vírus cai na circulação sanguínea) é presumidamente responsável pelo desafio imunológico que pode resultar em uma reação de hipersensibilidade tardia (2, 3, 6, 7).
Os sinais clínicos associados com reações vacinais tipicamente incluem: febre, rigidez, articulações doloridas, sensibilidade abdominal, susceptibilidade a infecções, desordens neurológicas e encefalites, hemácias auto-aglutinadas e icterícia (anemia hemolítica auto-imune - AHAI), ou petéquias generalizadas e hemorragias equimóticas (trombocitopenia imune-mediada - TIM) (1, 2, 4, 7, 8, 12, 13). As enzimas hepáticas podem ficar muito elevadas, e insuficiência hepática ou renal podem ocorrer por si só ou acompanhadas de supressão da medula óssea.
Além disso, vacinação com vírus vivos modificados tem sido associada com o desenvolvimento de convulsões transientes em cães filhotes e adultos de raças ou mestiços de raças susceptíveis a doenças imune-mediadas, especialmente aquelas que envolvem tecidos endócrinos ou hematológicos (AHIM, tireoidite auto-imune potencial, púrpura trombocitopênica idiopática, etc) (1, 7, 10). A polineuropatia pós-vacinal é uma enfermidade reconhecida, ocasionalmente associada ao uso das vacinas contra cinomose, parvovirose, raiva, e presumidamente, outras vacinas (2, 3, 7).
Isso pode resultar em vários sinais clínicos, incluindo atrofia muscular, inibição ou interrupção do controle neuronal de tecidos e da função de órgãos, excitação muscular, descoordenação e fraqueza, bem como convulsões (7). Certas raças ou famílias de cães parecem ser mais susceptíveis a reações vacinais adversas, particularmente as convulsões pós-vacinais, febres altas, e episódios dolorosos de osteodistrofia hipertrófica (ODH) (7,9). Portanto, temos a responsabilidade de orientar os criadores de animais de companhia e proprietários do risco que os irmãos de ninhada geneticamente predispostos e animais aparentados têm de apresentar reações vacinais adversas similares (1,4,6,9,14,17). Animais de raças populares (ou raras) que sejam fruto de acasalamentos consangüíneos ou dentro da mesma linhagem (linebreeding), em geral podem apresentar risco aumentado, conforme ilustrado nos exemplos abaixo.
Vacinas comerciais podem, em raras ocasiões, estar contaminadas com outros agentes virais adventícios (3, 15), que podem produzir significativos efeitos prejudiciais, conforme ocorreu quando uma vacina comercial contra a parvovirose canina estava contaminada com o vírus da língua azul. A vacina provocou aborto e morte quando aplicada a cadelas gestantes (15), o que foi associado causalmente à prática contra-indicada, mas muito freqüente, de vacinar animais prenhes. O risco de efeitos colaterais como a promoção de estados de doenças crônicas nos cães machos e em fêmeas não-gestantes recebendo esse monte de vacinas continua indeterminado, embora tenha havido relatos casuais de redução de vigor físico e disfunção renal em cães de trenó (17).
Recentemente, um fabricante de vacinas teve de reconvocar (recall) todos os seus produtos biológicos que continham um componente de cinomose, porque tais vacinas estavam associadas a uma taxa maior do que o esperado de reações pós-vacinais do sistema nervoso central de 1 a 2 semanas após a administração (17).
Foi comprovado recentemente que a vacinação de cães de estimação e de pesquisa com vacinas polivalentes contendo o vírus da raiva, ou somente com a vacina da raiva induziu a produção de auto-anticorpos anti-tireoglobulínicos, um achado importante que pode estar implicado no desenvolvimento subseqüente do hipotireoidismo (10).
Em relação à supervacinação, surgem outras questões que precisam ser consideradas, apesar da solicitação bem-intencionada dos clientes para que os reforços vacinais anuais sejam feitos de modo que os pets assim recebam um exame de check-up geral (6). A aplicação de reforços vacinais anuais quando eles não são necessários implica no cliente pagar por um serviço que provavelmente trará pouco benefício ao nível de proteção já existente no animal contra essas doenças infecciosas. Também aumenta o risco de reações adversas em função da exposição repetida a substâncias exógenas.
Vacinas polivalentes com vírus vivos modificados que se multiplicam no hospedeiro provocam um desafio antigênico mais forte para o animal e devem montar uma resposta imune mais efetiva e sustentada (2, 3, 6). Entretanto, isso pode suprimir um animal imunocomprometido ou mesmo um hospedeiro saudável continuamente exposto a outros estímulos ambientais, assim como a predisposição genética pode promover resposta adversa a um desafio viral (1, 2, 7, 14, 16, 17). O filhote de gato ou cão recentemente desmamado que parte para um novo ambiente pode particularmente sofrer mais riscos. Além disso, enquanto a freqüência de vacinações é geralmente espaçada por duas a três semanas, alguns veterinários têm defendido a vacinação semanal em situações de estresse, uma prática que faz pouco sentido cientificamente ou medicamente (6).
Uma resposta imune aumentada após a vacinação é observada em cães com alergia inalatória (atopia) pré-existente a polens. (7). Além disso os crescentes problemas atuais de alergias e doenças imunológicas têm sido associados à introdução de vacinas vivas modificadas há mais de 20 anos (3). Embora outros fatores ambientais sem dúvida contribuam, a introdução desses antígenos vacinais e sua eliminação no ambiente pelos animais vacinados podem fornecer o insulto final que excede o limiar de tolerância imunológica de alguns indivíduos da população de pets. A evidência acumulada indica que os protocolos vacinais não devem mais ser considerados um programa adequado para todos os indivíduos (9).
Para esses casos especiais, alternativas apropriadas às práticas vacinais correntes incluem: realizar testes sorológicos para detectar número de anticorpos existentes, evitar vacinas desnecessárias e supervacinação; ter cuidado ao vacinar indivíduos doentes ou febris, e elaborar um protocolo vacinal mínimo específico e sob medida para cães de raças ou linhagens que conhecidamente apresentam um risco aumentado de reações adversas (6, 7, 18, 21).
Outras considerações incluem: iniciar mais tarde a série de vacinas (de filhote), por exemplo, aos 63 ou 70 dias de vida, quando o sistema imune está mais apto a lidar com o desafio antigênico; alertar o proprietário a prestar particular atenção ao comportamento e saúde do filhote após o segundo reforço vacinal e reforços subseqüentes, e evitar re-vacinação de indivíduos que já tiveram reação adversa significativa. Irmãos de ninhada de filhotes afetados (por reações vacinais) devem ser monitorados de perto após receberem vacinas adicionais na série de filhotes, pois eles também correm mais riscos.
Referências bibliográficas
1. Dodds WJ. Immune-mediated diseases of the blood. Adv Vet Sci Comp Med 1983; 27:163-196.
2. Phillips TR, Jensen JL, Rubino MJ, Yang WC, Schultz RD. Effects on vaccines on the canine immune system. Can J Vet Res 1989; 53: 154-160.
3. Tizard I. Risks associated with use of live vaccines. J Am Vet Med Assoc 1990; 196:1851-1858.
4. Duval D, Giger U. Vaccine-associated immune-mediated hemolytic anemia in the dog. J Vet Int Med 1996;10: 290-295.
5. Cohen AD, Shoenfeld Y. Vaccine-induced autoimmunity. J Autoimmunity 1996; 9: 699-703.
6. Schultz R. Current and future canine and feline vaccination programs. Vet Med 1998; 93:233-254.
7. Dodds WJ. More bumps on the vaccine road. Adv Vet Med 1999; 41: 715-732.
8. HogenEsch H, Azcona-Olivera J, Scott-Moncrieff C, Snyder PW, Glickman LT. Vaccine-induced autoimmunity in the dog. Adv Vet Med 1999; 41:733-744.
9. Dodds WJ. Vaccination protocols for dogs predisposed to vaccine reactions. J Am An Hosp Assoc 2001; 38: 1-4.
10. Scott-Moncrieff JC, Azcona-Olivera J, Glickman NW, Glickman LT, HogenEsch H. Evaluation of antithyroglobulin antibodies after routine vaccination in pet and research dogs. J Am Vet Med Assoc
2002; 221: 515-521.
11. Paul MA (chair) et al. Report of the AAHA Canine Vaccine Task Force: 2003 canine vaccine guidelines, recommendations, and supporting literature. AAHA, April 2003, 28 pp.
12. May C, Hammill J, Bennett, D. Chinese shar pei fever syndrome: A preliminary report. Vet Rec 1992;131: 586-587.
13. Scott-Moncrieff JC, Snyder PW, Glickman LT, Davis EL, Felsburg PJ. Systemic necrotizing vasculitis in nine young beagles. J Am Vet Med Assoc 1992; 201: 1553-1558.
14. Dodds WJ. Estimating disease prevalence with health surveys and genetic screening. Adv Vet Sci Comp Med 1995; 39: 29-96.
15. Wilbur LA, Evermann JF, Levings RL, Stoll LR, Starling DE, Spillers CA, Gustafson GA, McKeirnan
AJ. Abortion and death in pregnant bitches associated with a canine vaccine contaminated with blue tongue virus. J Am Vet Med Assoc 1994; 204:1762-1765.
16. Day MJ, Penhale WJ. Immune-mediated disease in the old English sheepdog. Res Vet Sci 1992; 53:87-92.
17. Dougherty SA, Center SA. Juvenile onset polyarthritis in Akitas. J Am Vet Med Assoc 1991; 198: 849-855.
18. Twark L, Dodds WJ. Clinical use of serum parvovirus and distemper virus antibody titers for determining revaccination strategies in healthy dogs. J Am Vet Med Assoc 2000; 217:1021-1024.
19. Flemming DD, Scott JF. The informed consent doctrine: what veterinarians should tell their clients. OJ Am Vet Med Assoc 224: 1436-1439, 2004.
20. Klingborg DJ, Hustead DR, Curry-Galvin E, et al. AVMA Council on Biologic and Therapeutic Agents’ report on cat and dog vaccines. J Am Vet Med Assoc 221: 1401-1407, 2002.
21. Schultz RD, Ford RB, Olsen J, Scott F. Titer testing and vaccination: a new look at traditional practices. Vet Med, 97: 1-13, 2002 (insert).

Nenhum comentário:

Postar um comentário