quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Cavalos, eternos escravos nas grandes cidades...


É sério, a população não agüenta mais ter de andar pelas ruas 
das cidades e se deparar com cavalos atrelados à carroças 
e charretes velhas, espancados, enquanto trabalham com os cascos 
arregaçados, feridos, doentes, cegos, famintos, prenhes e uma 
profunda tristeza no olhar. O povo quer os animais livres de
 seus carrascos humanos!
Interditem os postos de coleta de lixo! Proíbam esses postos de
 receberem os materiais vindos em carroças! Os animais
 utilizados pelos carroceiros estão famintos, machucados, vivem 
confinados em baias imundas e improvisadas. Vários cavalos são
 atropelados e agonizam de dor antes do derradeiro fim!
É público e notório que há opções de trabalho para os carroceiros 
e charreteiros que querem mesmo trabalhar. É sabido de todos
 que muitos dos exploradores desses animais nem trabalham com 
os mesmos, apenas os alugam para ficarem sem fazer nada pelos
 bares e redondezas, só não vê quem não quer.
É vergonhoso atestar que um animal tão dócil ainda não 
tenha conseguido, por parte das autoridades competentes, apoio
 e alívio para seu sofrimento. Ainda há cavalos morrendo de
 COLAPSO CARDÍACO nas ruas. Os cavalos, apesar de 
grandes, têm pouca resistência, são extremamente sensíveis e 
morrem, literalmente, de dor pelas ruas indiferentes 
das grandes cidades!
  Revolta a qualquer ser humano decente saber que animais
 tão úteis na recuperação de deficientes físicos, emocionais,
 etc., como na caso da equoterapia, por exemplo, estejam 
sofrendo todo o tipo de crueldades nas ruas sem que ninguém
 levante um único dedo para ajudá-los. E, que o pagamento 
por todo o tempo de serviço escravo prestado aos humanos 
seja a ida para um abatedouro clandestino, onde suas patas 
serão cortadas enquanto vivos, onde seu sangue rolará
 entre suas lágrimas de dor. Que gente é essa?
   Apelo a todos os cidadãos conscientes que boicotem os 
serviços de carroceiros, de charreteiros, e que digam NÃO 
às empresas que trabalham com o frete de carroças. 
Denunciem os exploradores desses belos e indefesos animais, 
onde houver um cavalo trabalhando ferido ou com dor, há um 
ser impiedoso e cruel, não há dúvidas! Vá à delegacia mais próxima, 
a Lei 9605/98 art. 32 existe para ser usada por todos os que se
 incomodam com a violentação da dignidade animal.
   Ao deleitar seus olhos sensíveis com belas paisagens à custa 
do sofrimento contido de um cavalo escravizado numa charrete, 
lembre-se que você é um ser racional e, portanto, também responsável 
por tanta dor. Exija de sua prefeitura a abolição do trabalho escravo
 desses animais, eles podem muito bem ser substituídos por troller, 
manter TRADIÇÃO à custa do sofrimento de outros é cruel e desumano.
 Não compactue com os algozes!
   Saibam que os impostos pagos às prefeituras nos dão o direito 
de exigir! Não há desculpas cabíveis para ainda vermos cavalos
 em terrenos baldios comendo lixo, esqueléticos amarrados em postes
 pelas calçadas esperando a morte, sendo galopados em favelas por 
crianças, puxando carroças com pesos incomensuráveis, éguas prenhes
 quase a parir pelas ruas, animais em baias ou cocheiras imundas,
 isolados da natureza como condenados, altamente perigosos.
    As cidades que ainda permitem o uso de carroças e charretes são 
coniventes com o desrespeito a Lei de Crimes Ambientais por falta de
 fiscalização e combate às crueldades cometidas com os animais de tração.


Fátima Borges – Professora de Português e Teatro Infantil, 
Colunista, Poetisa e Artista Plástica

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