segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

FELV ou Vírus da Leucose Felina



A Leucemia felina é uma das doenças mais confusas 
para os proprietários de gatos, assim como um problema
 real para a gestão de gatis, principalmente por causa 
da sua natureza imprevisível. Um gato pode hospedar o 
vírus durante meses ou anos sem adoecer e repentinamente
 ficar doente com uma série de sintomas que incluem linfoma, 
leucemia e infecções secundárias.A seguir à exposição ao vírus da Leucemia felina, 
podem ocorrer vários desfechos. O gato pode ficar 
agudamente doente; ou pode hospedar o vírus na 
corrente sanguínea durante meses sem mostrar sintoma
 algum; ou ainda o sistema imunitário do gato pode
 lutar contra a infecção. Neste caso, isso pode eliminar completamente o vírus do organismo e imunizar o 
animal contra um contacto secundário com o vírus, ou
 o vírus pode ficar alojado na medula óssea, onde pode
 manter-se inerte durante semanas, meses ou anos ou
até durante toda a vida do gato. No entanto, 
se o sistema imunitário for atacado por outra 
doença, o vírus desenvolve-se rápida e repentinamente.
Segundo Lila Miller, veterinária e directora do 
Departamento de Ciências Animais na Sociedade 
Americana para a Prevenção da Crueldade contra
 os Animais, em Nova Iorque, "a contaminação por
 FeLV geralmente dá-se entre gatos que convivem
 intimamente por períodos prolongados através da
 saliva". Mais comumente, a doença é transmitida 
por lambidelas, mordidelas entre os gatos; 
entretanto, os gatos também podem infectar-se 
por transfusões sanguíneas ou pelo leite de gatas
 infectadas.
 Por aqui se vê a dificuldade em gerir um gatil, 
onde forçosamente se reunem gatos FelV+, 
mas ainda assintomáticos e que poderiam ter
 uma vida mais ou menos longa e de qualidade
 se vivessem na protecção dum lar, em convivência
 estreita com gatos já com sintomas diversos e 
mais ou menos agudos, que inevitavelmente vão
 despoletar neles a activação do vírus. É impossível
 não sentir aqui um profundo sentimento de injustiça ...

Por outro lado, o FeLV é um vírus bem frágil,
 com uma vida estimada em cerca de 20 minutos
 em meio seco, e facilmente destruído pelos 
desinfectantes e detergentes comuns. Assim, 
é improvável a contaminação do ambiente como
 mesas, jaulas e salas de espera. No contacto
 frequente, o vírus é transmitido de gato para gato
 através da saliva, secreções nasais, urina e fezes. 
Logo, gatos que compartilham comedouros,
bebedouros ou caixas sanitárias com gatos FeLV 
positivos podem ser contaminados. 
Uma vez transmitido, o vírus começa a
 replicar-se nos tecidos do nariz e da boca, indo
 depois para os linfonodos da cabeça, onde continua
 a multiplicar-se, antes de entrar na corrente 
sanguínea e instalar-se na medula óssea. É na medula 
óssea que o sistema imunitário é muitas vezes capaz
 de derrotar o vírus. Mas se a carga viral for muito
 grande, as células da medula óssea contaminadas 
que estiverem a circular pelo organismo levarão
 o vírus até às glândulas salivares, onde o ciclo
 infeccioso ficará completo.
Que chances tem um gato quando exposto 
ao FeLV ?

- Cerca de 25 a 30% dos gatos expostos 
rejeitam o vírus e a infecção é evitada.

- Mais ou menos 30% desenvolvem uma viremia
 persistente, uma alta concentração do vírus no 
sangue, com uma forte probabilidade de 
desenvolver linfoma ou outra doença ligada a FeLV.

- Quase 40% dos gatos expostos desenvolvem
 uma infecção transitória e tornam-se hospedeiros
 latentes da doença. Esses hospedeiros não são fontes
 de infecção, a não ser se o sistema imunitário
 estiver debilitado por outra doença ou se eles 
forem tratados com corticosteróides, que podem 
suprimir o sistema imunitário e activar o vírus.

Apesar do nome, só um quinto dos gatos 
infectados desenvolvem linfoma ou leucemia
 linfóide. A grande maioria das mortes por FeLV 
está relacionada com infecções secundárias, que 
incluem outras infecções virais como a peritonite
 infecciosa felina, infecções por fungos como 
cryptococcosis, e infecções bacterianas como 
pneumonia, abcessos ou infecções na boca.
Aliada às infecções oportunistas, gatos
 infectados por FeLV também estão sujeitos a 
anemia e desordens da medula óssea, chamadas
 doenças mieloproliferativas, onde uma ou mais 
células da medula óssea se prolifera à custa de outras
 linhagens celulares.
 A natureza diversa da doença faz com que seja
 impossível prever durante quanto um gato com
 FeLV vai sobreviver. Apesar de a taxa da 
sobrevivência variar de apenas umas poucas 
semanas a anos, a média de sobrevivência é 2 
anos. Estudos indicam que 83% dos gatos 
FeLV+ morrem num período de 3 anos e meio
 após o diagnóstico. Ao mesmo tempo, há 
evidências de que o gato possa sobreviver 
muito mais. Felizmente, não há evidência de que 
a FeLV seja transmitida a outras espécies,
 incluindo seres humanos.

O exame a FeLV, feito em gatos de 6 
ou mais meses (porque antes desta idade os 
resultados obtidos simplesmente não são fiáveis),
 tornou-se um procedimento clínico de rotina. Os 
dois testes mais utilizados são o ELISA e a
 imunofluorescência. Infelizmente, esses testes
 nem sempre são precisos. De facto, é comum
 obter-se dois testes com valores diferentes, 
denominados "resultados discordantes". Por 
essa razão, gatos sadios que foram expostos ao 
vírus do FeLV devem ser testados em intervalos
 mensais durante até 3 meses, para eliminar as
 chances de falso positivo e para determinar 
se a infecção é de natureza transitória ou persistente.

 Um resultado negativo a FeLV não significa 
imunidade ao vírus, nem tão pouco que o gato
 nunca foi exposto ao vírus. Um resultado negativo 
também pode indicar que o vírus está no período
 de incubação, uma etapa antes da qual o vírus
 pode ser detectado, ou que o gato venceu uma
infecção prévia, ou foi infectado com o vírus e 
desenvolveu a doença mas por alguma razão não 
possuía o vírus na corrente sanguínea quando 
da realização do exame.Apesar de existirem várias vacinas contra o 
FeLV, há controvérsias, principalmente quanto 
à sua segurança e eficácia. A melhor forma de 
evitar que a doença se espalhe é evitar a 
exposição ao vírus. Mantenha o seu gato
 dentro de casa, evite brigas com outros gatos
 e longe de gatos que você sabe que estão 
contaminados. A prevenção continua a ser
 a melhor solução, pois não existe ainda
 tratamento eficaz.
Aumentar a qualidade e tempo de vida de
 um gato com Felv:
 No entanto, há algumas coisas que se pode
 fazer a fim de diminuir o avanço da doença 
em gatos infectados e tornar a sua vida 
mais confortável: 
 - O gato deve ser mantido dentro de casa, 
não só para evitar que o vírus se espalhe, mas 
também para diminuir o stress que o mundo 
exterior pode causar no gato.

- O número de gatos na casa também deve ser
 mantido no mínimo, já que uma lotação excessiva
 é outra causa de stress e pode expor outros
animais ao vírus.

- Uma boa nutrição e cuidados para limitar o 
impacto de outras doenças não relacionadas
 também são importantes.

- Se o gato deve ou não ser vacinado contra 
outras doenças, depende de uma avaliação
 caso a caso pelo veterinário, embora recentemente
 uma maioria de veterinários a recomende.

- Pode ainda administrar-se Interferon, a fim 
de estimular as defesas imunitárias, assim 
como suplementos vitamínicos.

Adaptação de um texto da autoria do Dr. W. Bradford Swift, retirado 
da revista ANIMALS Janº/Fevº 1998, uma publicação bimestral da 
Massachussetts Society for the Prevention of Cruelty to Animals, 
encontrado no site http://www.nossoscaesegatos

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