sábado, 10 de dezembro de 2011

GATEIROS E CACHORREIROS. EITA RAÇA!

Eles são conhecidos popularmente como gateiros e cachorreiros.
 São pessoas que dedicam grande parte do seu tempo a causa 
da proteção dos animais domésticos.
Protetores de animais: amor de bicho não tem preço.
Essas pessoas são capazes de sacrifícios imensos para defender
 aquilo que elas acreditam. Não existe no mundo – e digo sem 
medo de errar – nenhum outro movimento em que seus 
membros se envolvam tanto com a causa que abraçam. 
Nenhum grupo político ou religioso possui integrantes dispostos
 a tanto sacrifício pessoal como é o caso dos gateiros e 
cachorreiros. Nenhum grupo social tem uma capacidade 
de mobilização tão forte quanto eles. É impressionante.
A sorte de quem maltrata animais é que esse imenso grupo
 de protetores ainda desconhece o poder que tem. Pois no 
dia que eles se organizarem e passarem a ter estratégias
 claras de atuação, o mundo político irá tremer.
Os protetores de animais podem arruinar uma carreira
 política. Podem condenar um produto ao fracasso e, até, 
causar enormes prejuízos à empresas que insistem em 
ignorá-los. Uma grande parte desse grupo de ativistas é
 formada por donas de casa. São mulheres que decidem 
o que comprar em seu lar e que, com o poder de mães, 
esposas e filhas, conseguem mudar a opinião – e o voto
 – da família.
Para a felicidade daqueles que ignoram os apelos desse
 grupo, o movimento ainda não é organizado. Não existem
 lideranças nacionais com capacidade de mobilizar e de 
conduzir uma ação uniforme em território nacional. No dia
 que isso acontecer, senadores da República e até 
candidatos a presidente do país terão que estender tapetes
vermelhos para eles.
O mais impressionante nesse grupo, além do grande
 poder de mobilização, é outra característica muito singular:
 grana. Ou melhor, a falta dela. Em 25 anos de lida diária na
 causa ambiental, nunca vi um “movimento social” trabalhar
 sem ganhar. Pelo contrário. Penso que os protetores de 
animais é o único grupo que tira do próprio bolso o financiamento
 para as suas causas. Eles não são empregados em ONGs,
não recebem bons salários, como a grande parte dos
mbientalistas profissionais, não dispõe de financiamento 
público e muito menos recebem emendas de parlamentares.
 O dinheiro deles vem das “vaquinhas”, das “rifas” e dos
 trocados que conseguem juntar impondo-se algum sacrifício
 pessoal.
Não existem estatísticas que mostram quantos eles são.
 E muito menos existem dados oficiais sobre quem eles são.
Mas uma boa dica para identificar um potencial protetor é reparar 
em alguns dos seus hábitos mais comuns: possuem animais
 domésticos, provavelmente mais de um. Nas redes sociais, 
seus álbuns de fotos sempre possuem a foto de um gatinho,
 de um cachorrinho, ao lado das imagens de suas famílias. Nas
 ruas, seu animal de estimação está quase sempre no colo, ou, 
se for grande, sempre ostentará um pelo brilhoso ou uma coleira 
da moda. Para esse grupo, não existe diferença social entre os
 animais. Os de “raça” e os “vira-latas” são iguais, nem mais,
 nem menos.
A eles, os protetores e protetoras do Brasil, dedico minha inteira 
admiração e agradeço imensamente as lições de amor e respeito 
à vida, que muitas vezes nos faltam quando somos absorvidos 
pelos debates “técnicos” em nossa luta ambiental.

Obrigado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário