segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sobre o protesto nacional contra crueldade animal em SJC

por Mariana Martinez, segunda, 23 de Janeiro de 2012


Quando eu e minha mãe chegamos no local de encontro, 


nossa primeira alegria foi ver que tinha mais gente do que 


nós esperávamos. Depois de sair do carro, cumprimentar 


conhecidos, pegar nossas bexigas e apitos, nos preparamos 


para sair. A Marilu fez um discurso, nós saímos carregando


 faixas, bexigas e apitando, sempre acompanhados por um 


marronzinho muito simpático. Entramos na rua, atrapalhamos


 o trânsito, acordamos quem estava dormindo nos prédios e 


casas por perto e atraimos a atenção de pedestres e motoristas. 


Algumas pessoas que caminhavam com a gente distribuíam


 folhetos com telefone para denúncia de maus tratos e orientações. 


Dando uma olhada geral na galera, eu vi muitas coisas que me 


deixaram feliz. Por exemplo, crianças carregando cartazes pedindo

pelo fim da crueldade, carregando bexigas e apitando. Vi uma


 menininha carregando uma cartolina bem lá no alto escrito

"Isso é por você, Joaquim!". Vi famílias inteiras juntas carregando 


faixas, cartazes, com camisetas com alguma mensagem contra maus 


tratos, vi um menino empurrando um senhor na cadeira de rodas. 


Quase no meio do caminho, nós fizemos uma parada (na sombra,

porque tava todo mundo literalmente derretendo) para juntar um 


pouco a galera toda. Era muita gente e o povo começou a ficar 


pra trás. Eu estava bem na frente, fiquei lá esperando o pessoal 


agrupar. Estávamos parados na fente de um prédio, viramos as 


faixas e cartazes de frente para ele e pros carros que passavam na 


rua. Muitas pessoas estavam nas sacadas de seus apartamentos 


nesse prédio. A maioria com seu cachorro ou gato no colo, acenando


 para nós, batendo palmas e gritando. Carros passavam na rua, lentos


 (porque estávamos ocupando metade da rua) e alguns passavam 


buzinando, acenando para nós, sorrindo. Pessoas passavam na rua, 


tiravam fotos e batiam palmas. Aquilo deu uma alegria tão grande


 que deu vontade de chorar. Vi várias pessoas nas casas e prédios 


que nós passamos com seus bichos no colo acenando para nós. Claro 


que tiveram pessoas que fizeram cara de deboche e ignoraram


 completamente a gente, mas a quantidade de pessoas que demonstrou 


algum apoio foi bem maior. Chegamos na praça A. Pena e ficamos por


 lá fazendo nosso protesto. Entrávamos na frente dos carros com 


as faixas e cartazes quando o farol fechava, apitando e gritando pelo 


pelo fim da crueldade e pelo cumprimento das leis de proteção ambiental. 


 Eu estava ajudando a carregar uma faixa grande e, quando revezei 


com a minha mãe, fui dar uma volta pela praça pra dar uma olhada 


no pessoal. Encontrei várias pessoas levando cachorros, que também 


estavam morrendo de calor. Os que eu não via com garrafa ou copo


 de água, oferecia a minha água para dar para os cães. E aí, falando 


com essas pessoas todas, eu entendi uma coisa: não existe uma


 pessoa má que goste de animais. Todos eram simpáticos e muito


 educados. Inclusive as crianças. Cada um ali carregava uma história,


 uma perda (ou várias), uma vontade. Todos que estavam lá já


 perderam algum bichinho vítima de maus tratos ou conviviam com


 algum bicho que foi vítima. Cada um com seu jeito, sua história, seu 


sonho, suas vontades, seus objetivos...E todos unidos por um objetivo


 em comum: o fim da crueldade. Chega de impunidade, chega de 


crueldade. Os animais não votam, mas nós sim. Os animais pedem 


justiça. Frases que eu vi em faixas e cartazes, inclusive que eu ajudei


 a carregar. E carreguei com orgulho. Depois disso tudo, só tenho


 uma coisa a dizer: foi o primeiro de muitos! E pretendo participar de 


todos. Como disse um americano que estava por lá com a gente


 (não me lembro o nome dele), "isso é uma luta para a vida toda".


 Eu estou dentro dessa. Quem estiver também, é só chegar junto.


Obrigada Marilu e todo mundo que organizou a passeata. Foi muito bom!

Um comentário:

  1. É isso aí, espero mesmo q tenha outros e q como foi dito lá, a luta é no dia-a-dia !!! Nos vemos na próxima!!!

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